As distâncias empilham-se desordenadamente na secretária e sobre elas o Tempo chove cinzas. As aranhas, essas, envelhecem toda a ausência com tapeçaria biológica tecida rodeando as memórias que partilhamos.
Todo o Mundo fica cinzento, cinzento-pó, cinzento-tempo, cinzento-teia, e deixo-me sucumbir à doença;
todo o sono é incómodo mas excessivo, porque só lá te vejo e só lá te beijo;
tgostava de dizer que cada dia que passa é melhor, mas não é, é cinzento, cinzento-doente, cinzento-acordado.
Depois...
Depois olho para os dias que passaram.
Dois, dois dias que passaram.
É aí que ganho cor, vermelho-vergonha. Afinal, se as aranhas estão hiperactivas é porque me drenaram a energia, alimentando-se de mim para fazer suas teias. As cinzas que o Tempo espalha só podem ser a minha débil saúde carbonizada. Enquanto te vir e beijar em sonhos, as minhas memórias estão intactas, e não deixarem que ardam!
Dois dias passados, e tamanho cinzento?, cinzento-saudade? Não cinzentarei a minha vida, verdê-la-ei, verde-amor.
Tino misses Nico
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